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Após 11 meses, ponte da 130 reconecta o Vale em definitivo

Governador Eduardo Leite inaugura hoje obra para resgatar autoestima da região. Investimento foi de R$ 22 milhões. Nova estrutura será cinco metros mais alta do que a antiga travessia, destruída pela enchente de maio de 2024

Após 11 meses, ponte da 130 reconecta o Vale em definitivo
Últimos detalhes são apurados na ponte antes da inauguração, que ocorre nesta manhã. (Fotos: Mateus Souza)

Exatos 344 dias separam o 1º de maio de 2024 do dia 10 de abril de 2025. Da interrupção do fluxo de veículos na antiga estrutura a liberação do trânsito na nova ponte, a região vive hoje um dos dias mais importantes de sua história recente. Quase um ano após a catástrofe climática, a ERS-130 volta a ser a principal ligação entre as partes alta e baixa do Vale do Taquari.

Às 8h, será inaugurada a ponte construída pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), em substituição à travessia arrastada pela correnteza do Rio Forqueta. O ato contará com a presença do governador Eduardo Leite. Se no domingo, 6, houve uma abertura temporária para carros de passeio, desta vez o trânsito no local será retomado a pleno, inclusive para veículos de carga.

A saga para reconexão do Vale iniciou dias após a enchente histórica e envolveu diversas frentes. Começou com o aumento do fluxo na ERS-129, passou pela reconstrução da Ponte de Ferro, a montagem da Ponte do Exército e da passagem molhada sobre o Forqueta. Com alternativas variadas, os gargalos na mobilidade foram reduzidos, mas não resolvidos.

Com a ponte da 130, além da reconexão entre cidades vizinhas – como Lajeado e Arroio do Meio –, também se retomam ligações mais rápidas com regiões como a Serra Gaúcha e o Norte. Um ganho em autoestima para o Vale e um avanço logístico significativo para comunidades, municípios e empresas.

Ao todo, o Estado investiu R$ 22,35 milhões na obra. Deste valor, cerca de R$ 14 milhões foram direcionados à ponte em si, enquanto o restante foi aplicado no aterro. Por ser uma obra resiliente, foi necessária elevar a estrutura em cinco metros na comparação com a estrutura anterior.


Pessimismo e avanços

A situação de calamidade vivida pelo RS fez com que o processo licitatório para construção da nova ponte na rodovia transcorresse de forma célere, sem burocracia e atrasos. A Engedal, empresa de Santa Catarina, foi a vencedora do certame. No entanto, levou um tempo para que a futura estrutura tomasse forma. Foi o suficiente para gerar pessimismo na população.

O prazo inicial, de entrega no Natal, parecia distante da realidade à medida em que os dias passavam. Foi só em setembro, em meio ao temor de uma nova enchente – que não se confirmou –, é que o trabalho de instalação de fundações e estacas cravadas iniciou. Esta era uma das etapas mais complexas da obra.

No fim de novembro, quando a comunidade já tinha a certeza de que a ponte não ficaria pronta no prazo inicial, o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, e o presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr, confirmaram o adiamento da entrega. A partir de dezembro, a ponte começou a tomar forma e as evoluções eram nítidas.


Últimos detalhes

Ontem à tarde, Vanacôr vistoriava os últimos trabalhos no local. Por volta das 14h, equipes da Engedal finalizavam a parte da sinalização na ponte, após a conclusão do revestimento asfáltico e pintura dos guarda-corpos. Também era feita a colocação das tachas no tabuleiro da pista. Apenas a parte para uso de pedestres não deve ser concluída até esta manhã.

“O pessoal está terminando, serão colocados os últimos materiais. Tudo vai estar pronto para a inauguração às 8h. Estamos colocando aqui uma ponte que já existia, mas que acabou levada pela enchente. É uma obra para retomar o conforto desta região, para deixar o Vale todo unido novamente”, destaca.

Vanacôr também fez referência à “paciência” da população e lembra que, com o passar do tempo, o pessimismo inicial e os ataques à EGR cessaram. Reconhece, também que a obra “demorou” a aparecer. “As críticas pararam e passamos a ter muito mais mensagens de apoio. Em 5 de março, quando colocamos a primeira viga, começamos a ver ela propriamente dita. Ganhou até alma”.


Queda na arrecadação

Sem a ligação direta na 130, a EGR determinou a suspensão da cobrança de pedágio na praça de Palmas, em Encantado. A estrutura também foi danificada com a enchente histórica de maio. Agora, com a retomada definitiva do fluxo na rodovia, a expectativa é por retomada nas operações no local.

A EGR estima perda de arrecadação superior a R$ 18 milhões no período. O calculo é feito com base nas tarifas aplicadas até então. A última arrecadação registrada, em abril de 2024, ficou acima dos R$ 1,9 milhão. Esse valor inclui a cobrança de tarifas para veículos de passeio, utilitários e caminhões, além de veículos comerciais com maior número de eixos.


NÚMEROS

172 metros de extensão tem a nova ponte

51 metros de extensão a mais do que a antiga estrutura

5 metros de altura maior

R$ 22,35 milhões é o custo total da obra

R$ 8,3 milhões foi o investimento na construção do aterro




Fonte: Grupo A Hora