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Ramón Díaz faz adaptação para dar consistência defensiva maior ao time do Inter

Ramón Díaz abriu mão de modelo preferencial em prol da entrada de outro zagueiro no time colorado na partida contra o Botafogo, sábado passado, no Beira-Rio

Ramón Díaz faz adaptação para dar consistência defensiva maior ao time do Inter
Foto: Ricardo Duarte / Inter / CP

A primeira vitória sob o comando de Ramón Díaz no Inter, no sábado à noite, no Beira-Rio, foi mais do que um simples alívio para o torcedor colorado. Os 2 a 0 sobre o Botafogo podem representar um ponto de virada, construído a partir da recuperação anímica do grupo, mas também de uma transformação tática fundamental. O técnico, conhecido pela capacidade de adaptação, abriu mão de seu modelo preferencial para montar uma equipe com três zagueiros e sem centroavante.

O novo sistema trouxe o que o Inter mais precisava: solidez defensiva. Até então, a equipe havia sofrido 38 gols em 26 partidas no Brasileirão, um calcanhar de Aquiles que ameaçava (e ainda ameaça) toda a campanha. Com Gabriel Mercado, do alto dos seus 38 anos, o time ganhou experiência e voz no setor, com o argentino orientando os companheiros e ajudando na saída de bola desde a defesa. Nas duas laterais, Aguirre e Bernabei tiveram liberdade para avançar, sendo protagonistas na vitória sobre os cariocas.

No ataque, Alan Patrick exerceu o papel de “falso 9”, como ele mesmo definiu após o jogo, “flutuando” entre os defensores adversários e abrindo espaços para as infiltrações de Vitinho e Carbonero. Foi ele, aliás, quem marcou o primeiro gol, aproveitando rebote de Léo Linck ainda no primeiro tempo.

Atrás, Thiago Maia e Bruno Henrique atuaram lado a lado, o primeiro pela esquerda, o outro pela direita, protegendo a defesa e dando suporte às subidas dos ponteiros e laterais. Vitinho, promovido à titularidade por Díaz mesmo com Borré e Ricardo Mathias disponíveis, foi considerado o melhor em campo.

A nova estrutura agradou à comissão técnica, especialmente pela rápida assimilação do elenco. “Tentamos (o esquema novo) porque sabíamos que precisaríamos romper a defesa (do Botafogo) por fora. Temos centrais de boa categoria. Fico feliz pela decisão e agradeço ao grupo, porque se ele não aceita a mudança, ela nada serve de nada. Eles têm sofrido mais que ninguém pela fase. Hoje (sábado), vimos que sentiram um alívio muito grande”, afirmou Emiliano Díaz, auxiliar e filho do treinador. De fato, o time carioca não conseguiu criar chances claras para marcar ao longo de toda a partida.

Alan Patrick também valorizou a ideia, apesar de confirmar que jogou improvisado. “Na sexta-feira, o Ramón me explicou a ideia e eu procurei executar da melhor forma possível. Tentei sempre fazer a leitura dos espaços e flutuar para gerar dúvida na defesa do Botafogo. Fico feliz por ter dado certo”, explicou o capitão, que mesmo sem ser atacante de ofício, é o artilheiro do time no Brasileirão, com nove gols.

Com mais de uma semana até o próximo compromisso — dia 15 de outubro, fora de casa, contra o Mirassol —, a tendência é que Ramón Díaz mantenha o novo sistema, agora com tempo para aprimorar o que pode ser o início de uma reconstrução tática e emocional do Inter.


Fonte:

Correio do Povo