Coação, obstrução e atentado à soberania nacional: entenda as novas acusações contra Bolsonaro
Supostos crimes embasaram decisão do ministro Alexandre de Moraes

Tornado réu por tentativa de golpe de Estado ainda em março, o ex-presidente Jair Bolsonaro agora enfrenta novas acusações em um segundo inquérito. O novo processo, aberto a partir da determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, levou o político do PL à colocação de tornozeleira eletrônica.
Coação e obstrução de investigação
Entre as acusações contra Bolsonaro estão os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Alinhamento e ações com Eduardo Bolsonaro
Ainda consta na lista crimes ações em conjunto com o filho Eduardo Bolsonaro. Dessa forma, o ex-presidente foi acusado de atuar dolosa e conscientemente em conjunto com o deputado federal. O objetivo seria submeter o funcionamento do STF ao crivo de um estado estrangeiro através de “negociações espúrias e criminosas”. Conforme o ministro Moraes, as ações teriam a finalidade de coagir a Corte no julgamento referente à tentativa de golpe.
Tentativa de obtenção de sanções estrangeiras
A relação dos Bolsonaro com os Estados Unidos também consta na listagem de acusações. Neste cenário, Moraes considera a tentativa de obter a imposição de sanções contra membros do Supremo, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal. As medidas incluíam cassação de visto de entrada em território norte-americano, bloqueio de bens e proibição de relações comerciais. A decisão também coloca a instigação do governo de Donald Trump a tomar medidas hostis contra o Brasil.
Confissão e condicionamento de anistia
Neste novo inquérito, foi considerada uma coletiva de imprensa ocorrida nessa quinta-feira, em que Bolsonaro teria confessado a sua atuação criminosa, condicionando o fim da taxação dos Estados Unidos à própria anistia. O ato é visto como tentativa de extorsão da Justiça Brasileira.
Auxílio financeiro
Ainda que estejam distantes, Jair teria auxiliado o filho Eduardo com uma transação financeira. A investigação encontrou um aporte de R$ 2 milhões, feito via PIX, em favor do deputado federal, quando este já estava nos Estados Unidos. O auxílio é visto como um forte indício de alinhamento e objetivo de interferir na justiça e abalar a economia.
Celebração de agressão estrangeira e incitação
Conforme o ministro Alexandre de Moraes, Jair e Eduardo Bolsonaro teriam comemorado a taxação dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. Além disso, o ex-presidente respostou mensagens de Donald Trump em que o chefe de Estado norte-americano critica o tratamento pelo Brasil a Bolsonaro.
Soberania Nacional e economia em risco
O conjunto de ações de Bolsonaro e Eduardo foram consideradas como um atentado à soberania Nacional e à independência do Poder Judiciário. Segundo o ministro Moraes, a intenção por trás dos atos seria criar uma crise econômica no Brasil para gerar pressão política e social no Judiciário e interferir na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Fonte: Correio do Povo