Depois da chuva, frio intenso exige cuidados
Vale registra mínimas negativas e sensação térmica de até -7 graus. Mês começa com tempo seco e geada

O amanhecer dessa terça-feira, 1º de julho, registrou mínima de -3,5 graus no Vale do Taquari, em Arvorezinha, enquanto outras cidades da região marcaram sensação térmica de -7 graus e geada. A massa de ar polar que sucedeu a chuva indica um mês de pouca instabilidade, com clima seco e picos de frio nos primeiros 15 dias.
Em Lajeado, de acordo com dados do Núcleo de Informações Hidrometeorológicas da Univates, os termômetros chegaram a registrar 1 grau nas primeiras horas da manhã de ontem. A MetSul Meteorologia alerta que as madrugadas desta terça, quarta e quinta-feira serão as mais geladas do ano até o momento, com marcas próximas ou abaixo de 0 graus em muitas localidades do Sul do Brasil.
Mesmo com o frio, a presença do sol ao longo do dia ameniza um pouco a sensação térmica, mas o alívio é temporário. Com o entardecer, as temperaturas voltam a despencar, mantendo o padrão de frio intenso que deve se estender até o fim da semana.
Em julho
Para os próximos 15 dias, a previsão é de ausência de chuvas, conforme afirma a meteorologista da Metsul, Estael Sias. Ela destaca que as temperaturas devem ficar abaixo da média, em especial nos primeiros dias do mês.
Julho inicia com neutralidade climática, o que, segundo a especialista, pode provocar grande variabilidade climática. A temperatura deve subir de forma gradual e, pela metade do mês, a chuva retorna.
“A segunda metade do mês terá presença maior de instabilidade de forma regionalizada”, afirma. Segundo a meteorologista, não se descarta que a chuva ultrapasse a média histórica, principalmente no sul do Brasil.
Estael ainda destaca os fenômenos típicos de inverno que ocorrem em julho, como forte geada, já vista nos últimos dias, e que devem se intensificar, impactando também o setor agrícola. Para o fim do mês, não se descarta uma nova frente fria e períodos de chuva.
Cuidados aos se aquecer
Com a chegada das baixas temperaturas, o uso de equipamentos de aquecimento como lareiras, aquecedores e fogões a lenha se torna mais frequente nas residências. Embora seguros quando utilizados corretamente, esses recursos exigem atenção para evitar acidentes.
De acordo com a subcomandante dos Bombeiros Voluntários de Teutônia, Érica Ferreira, um dos maiores riscos está no uso inadequado dos equipamentos, especialmente ao tentar secar roupas. “Temos diversos registros de anos anteriores em que pessoas deixaram roupas sobre o fogão a lenha para secar, iam dormir e, com o calor excessivo, o tecido entrava em combustão, iniciando um incêndio residencial”, alerta.
Segundo ela, o momento mais crítico no uso da lareira, por exemplo, costuma ser na hora de reabastecer. Já no caso do fogão a lenha, comum especialmente em áreas rurais, é importante garantir que o fogo esteja totalmente apagado antes de dormir. “É fundamental não deixar a porta aberta, pois brasas podem cair. Muitas vezes, o piso é de madeira, o que facilita a propagação do fogo”, reforça Érica.
Outro ponto destacado pelos bombeiros é o cuidado com crianças próximas aos aquecedores. Manter distância segura e não permitir brincadeiras perto do fogo são medidas essenciais para evitar acidentes.
Saúde em alerta
Neste inverno, o pico de internações por influenza também reforça alerta para a vacinação. Em 2025, o RS registra um aumento expressivo nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente por Influenza.
De acordo com a especialista em saúde da vigilância epidemiológica da 16ª CRS, Susane Schossler Fick, depois de um período de maior número de hospitalizações, hoje observa-se uma estabilidade nas internações. Mas o alerta permanece.
Na 16ª CRS, em 2025, já ocorreram 486 hospitalizações por SRAG, representando um aumento de 37% em relação ao mesmo período de 2024 (355 internações), Desses, 24% dos pacientes necessitaram de internação em UTI.
Até o momento, foram registrados 33 óbitos por doenças respiratórias, comparados aos 36 registrados em todo o ano de 2024. Segundo Susane, a maioria das hospitalizações por SRAG causadas pelo vírus influenza foi de pacientes que não haviam sido vacinados.
Neste ano, até o momento, a cada quatro pessoas que internaram por problemas respiratórios em decorrência da influenza, três não estavam vacinadas. “Com a maior circulação do vírus e uma população não vacinada, algumas pessoas podem ter sintomas mais graves devido à sua condição imunológica”, ressalta a especialista.
Fonte: Grupo A Hora