Previsão aponta possibilidade de chuva volumosa no próximo fim de semana no RS
Hidrólogo Franco Buffon diz que momento será de atenção e monitoramento dos rios

O hidrólogo e gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Franco Buffon, explicou que a nova onda de cheia no Rio Taquari, observada nesta segunda-feira (23), é resultado de um fenômeno climático observado desde a semana passada. Segundo ele, o cenário atual é provocado pelo encontro de uma massa de ar polar com uma frente quente, o que vem concentrando chuvas intensas sobre o estado.
De acordo com Buffon, trata-se de um bloqueio climático que impede o deslocamento das instabilidades, fazendo com que, de forma atípica, “as chuvas desçam do Norte para o Sul” e se mantenham sobre o Rio Grande do Sul. O especialista destaca que, guardadas as proporções, o fenômeno é semelhante ao que ocorreu em maio de 2024, porém com menor intensidade.
A previsão para os próximos dias é de tempo seco e muito frio, o que ajuda na estabilização. No entanto, o cenário volta a preocupar a partir do final da semana, quando os modelos meteorológicos já indicam o fortalecimento de uma nova frente quente, que pode trazer volumes expressivos de chuva. A confirmação desses volumes pode ocasionar novos transtornos.
Há indicativos de que essa chuva atinja não apenas o Vale do Taquari, mas também os Campos de Cima da Serra, que são as nascentes da bacia. “Será necessário manter um monitoramento constante dos níveis do rio”, alerta Buffon.
O hidrólogo ainda faz um alerta para a Região Metropolitana de Porto Alegre, que deve acompanhar a evolução da situação, já que o Rio Guaíba tem um comportamento diferente: sobe e desce mais lentamente, acumulando maior volume de água e podendo represar outros rios que desembocam nele, como o Jacuí.
Cheia em dia de sol
Apesar da segunda-feira (23) ensolarada, a chuva intensa registrada no domingo (22) à noite, somada ao solo já saturado pelas precipitações da semana anterior, fez com que o nível do Rio Taquari voltasse a subir. O aumento do nível em Santa Tereza acendeu o alerta para os municípios que estão a jusante, como Lajeado, onde a “onda” de cheia deve chegar no início da madrugada, segundo Buffon.
O hidrólogo ressalta que há um fator de alívio momentâneo: a ausência de chuvas significativas na parte baixa do Vale do Taquari, o que impede que afluentes como os rios Forqueta e Fão contribuam ainda mais para o aumento do nível do Taquari neste momento.
Fonte: Grupo Independente