Como uma cinquentenária impulsiona a economia do Vale

Calçados Beira Rio completa 50 anos de história nesta sexta-feira. Presente em quatro cidades da região, indústria emprega mais de 3 mil pessoas nas cidades de Santa Clara do Sul, Teutônia, Mato Leitão e Roca Sales

Em um galpão de madeira na cidade de Igrejinha começou a história da Calçados Beira Rio. Era 20 de junho de 1975, quando Roberto Argenta fundou a empresa nas proximidades do Paranhana.

“Eu fazia de tudo. O calçados, limpava o chão, recolhia o lixo e gerenciava”, relembra o fundador. Passados 50 anos, o alicerce está na busca pela evolução contínua, ensina. “Foi muito trabalho, mas eu via que podia crescer.”

Nascido em Gramado, Argenta veio de uma família agrícola. Com 11 anos foi morar em Gravataí para continuar os estudos. “Eu sempre quis vencer na vida. Fui estudar, me formei como contador e comecei a aprender sobre administração.”

A história da empresa agora está contada em livro, escrito pelo filho do empresário, Marcelo Argenta. Em meio a semana de comemoração pelos 50 anos da Beira Rio, evento hoje, no showroom da empresa em Novo Hamburgo, a obra será lançada.

“O livro nasceu do trabalho de conclusão de curso do meu filho. Resgatamos a história e também o que fazemos em termos de governança e gestão”, antecipa Argenta. A indústria hoje fatura cerca de R$ 6 bilhões por ano. Com uma produção diária de 500 mil pares de calçados, vende para 115 países. São 11 fábricas, com quase 30 mil empregos diretos e indiretos envolvidos.

Aposta na região

No Vale, são quatro unidades (Teutônia, Mato Leitão, Roca Sales e Santa Clara do Sul), com cerca de 3 mil funcionários e terceirizados. A presença da indústria é decisiva para as economias dos municípios.

Em Roca Sales, a Beira Rio representa mais de 50% do retorno do ICMS, segundo o índice do Valor Adicionado Fiscal (VAF). “A empresa é fundamental à economia e a empregabilidade em nossa cidade e ocupa a primeira em arrecadação. Como administração pública precisamos dar respostas necessárias para que os empreendedores tenham segurança em investir”, destaca o prefeito Jones Wunsch.

“Roca Sales é uma unidade modelo. Esteve entre nossas principais indústrias”, afirma o fundador da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta. Porém, foram três inundações em um ano. “Optamos por manter a operação. Esperamos que não haja mais enchentes. Mesmo assim, adaptamos os espaços, fizemos melhorias e mantemos o investimento”.

Em Mato Leitão, o problema não foi a água, mas o incêndio de 2020. O sinistro destruiu a indústria. Levou um ano para a retomada das operações. E hoje, a indústria significa 40% do VAF. “A Beira Rio tem uma importância muito grande no desenvolvimento econômico e social do município. Além de movimentar o comércio local e fortalecer a economia do município.”

Impacto local

Em Santa Clara do Sul, a empresa também figura como a principal em geração de tributos ao município. “É uma empresa sólida, comprometida com o desenvolvimento e com a qual sempre buscamos ser parceiros”, conta o prefeito Márcio Haas, e complementa: “a exemplo disso iniciamos nesta gestão uma consulta às datas de operação da planta fabril daqui em dias de feriado com o objetivo da manutenção do atendimento nas escolas de educação infantil.”

Na unidade de Teutônia são mais de 1,1 mil funcionários. Ocupa o 2º lugar no retorno de Valor Adicionado Fiscal (VAF) e representa 20,5% da arrecadação industrial do município. “A empresa representa desenvolvimento, oportunidade e dignidade para centenas de famílias do nosso município”, destaca o prefeito Renato Altmann.

Fonte: Grupo A Hora