Reformulação no futebol do Inter inclui saída de D’Ale e chegada de novo técnico

Thiago Carpini e Palermo, que estavam no Juventude e no Forteleza no último Brasileirão, são as principais alternativas

A turbulência que marcou a temporada colorada cobra seu preço. As saídas do vice de futebol José Olavo Bisol, do executivo André Mazzuco e do diretor esportivo Andrés D’Alessandro precipitaram uma reformulação ampla no departamento de futebol do Inter. O tema vinha sendo discutido, mas ganhou caráter de urgência após o desempenho ruim ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, quando o time lutou até a última rodada do Campeonato Brasileiro contra o rebaixamento.

Em nota oficial divulgada logo após os desligamentos, o clube anunciou que o Conselho de Gestão assumirá um papel mais ativo na condução do futebol. Na prática, isso significa que o presidente Alessandro Barcellos estará mais próximo das decisões estratégicas até que os substitutos sejam definidos.

A reformulação incluirá a busca por um novo treinador. Como revelado pela imprensa cearense, Martín Palermo, que comandou o Fortaleza na reta final do Brasileirão, é um dos nomes observados. O argentino tem sondagens do Inter e do Remo, mas ainda não definiu seu futuro. Odair Hellmann, que tem contrato com o Athletico-PR, seria outra alternativa. Thiago Carpini, que deixou o Juventude após o Brasileirão, também é uma alternativa forte.

O processo de mudanças também atingirá o elenco. A ideia é ter uma equipe mais jovem e fisicamente mais forte. Nessa linha, jogadores como Bruno Henrique, 36 anos, cujo contrato encerra em dezembro, e Óscar Romero, que chegou neste ano e não correspondeu às expectativas, não devem permanecer. Outras peças com vínculo mais longo também podem sair. Richard, com contrato até 2026, e Juninho, até 2027, podem ser negociados caso recebam propostas.

Ao mesmo tempo, o Inter sabe que perderá atletas valorizados. O zagueiro Vitão, alvo de clubes brasileiros e estrangeiros, deve ser vendido ainda nesta temporada devido à necessidade financeira do clube. O volante Luis Otávio também está de saída: ele negocia sua transferência para uma equipe dos Estados Unidos.

A reconstrução administrativa envolve ainda a escolha de um novo executivo de futebol. Entre os nomes avaliados, dois ganham força: Fabinho Soldado, atualmente no Corinthians, e Júlio Rondinelli, que deixou o Juventude após o fim do Brasileirão. Ambos são considerados profissionais de perfil mais moderno e alinhado ao tipo de renovação que a direção deseja.

Enquanto isso, um personagem importante da recente história colorada repensa seu papel. Abel Braga, que manifestou o desejo de retornar ao clube em 2026 para atuar como coordenador técnico, está menos convicto desta possibilidade. A saída de D’Alessandro, que era um dos incentivos pessoais para Abel voltar ao Beira-Rio, desmotivou o ex-treinador.

Fonte: Correio do Povo