Novo salário mínimo será de R$ 1.621 para 2026, confirma governo
Reajuste será de R$ 103 e combina inflação e crescimento do PIB, mas aumenta gasto público
O salário mínimo pago no Brasil vai subir para R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026, segundo confirmação do Ministério do Planejamento e Orçamento. O valor representa um aumento de R$ 103 em relação ao piso atual, de R$ 1.518, e corresponde a um reajuste de aproximadamente 6,7%.
Pela regra de cálculo definida pelo governo, o reajuste soma a variação da inflação medida pelo INPC em 12 meses, que ficou em cerca de 4,4%, mais um aumento real vinculado ao crescimento do PIB de dois anos antes. Como o PIB de 2024 cresceu 3,4%, o acréscimo é limitado a 2,5%, de acordo com o teto definido pelo novo arcabouço fiscal.
O aumento do mínimo tem impacto direto em benefícios que seguem o mesmo valor, como aposentadorias, BPC, abono salarial e seguro-desemprego. Segundo cálculos do governo, cada R$ 1 adicional no salário mínimo gera cerca de R$ 420 milhões em despesas em 2026. Com um reajuste total de R$ 103, o custo extra pode ultrapassar R$ 43 bilhões no próximo ano, reduzindo o espaço para outras despesas do orçamento federal.
O salário mínimo serve hoje como referência para cerca de 59,9 milhões de pessoas no país, segundo o Dieese. A entidade estima, porém, que para garantir todas as necessidades básicas previstas na Constituição, o salário ideal deveria ser de R$ 7.067,18, valor quase 4,7 vezes maior que o piso atual — cálculo feito com base em novembro.
O novo valor definido pelo governo ainda depende do envio formal do ajuste no Orçamento de 2026 ao Congresso, mas já passa a ser referência para projeções econômicas e previdenciárias a partir desta quarta-feira (10).
Fonte: G1 e CNN