EUA estuda reduzir tarifas de produtos como café e bananas
Preços subiram significativamente por causa da tarifa aduaneira de 50% que o presidente Trump impôs a muitos produtos do Brasil este ano
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou nesta quarta-feira (12) que fará uma declaração "substancial" em breve sobre o preço do café e das bananas. A medida faz parte dos esforços do governo de Donald Trump para combater os efeitos das tarifas alfandegárias na inflação, uma preocupação central para os eleitores americanos após resultados desfavoráveis nas eleições estaduais recentes.
O governo Trump tem trabalhado para reforçar a percepção da "fortaleza da economia", em um cenário onde o custo de vida se tornou uma questão chave.
Impacto das tarifas na inflação de alimentos
Os preços do café têm sido um ponto sensível: em agosto, aumentaram 21% em um ano, e cerca de 19% em setembro, segundo dados recentes da inflação ao consumidor.
O aumento é atribuído, em parte, ao impacto de fenômenos climáticos recentes. No entanto, os preços também subiram significativamente por causa da tarifa aduaneira de 50% que o presidente Trump impôs a muitos produtos do Brasil este ano. A grande maioria do café consumido nos Estados Unidos é importada, principalmente em forma de grãos, segundo a Associação Nacional do Café.
Foco em produtos importados
Em entrevista à emissora Fox, Scott Bessent disse que as famílias podem esperar um anúncio "substancial" nos próximos dias "em termos de produtos que não cultivamos aqui nos Estados Unidos". Ele citou diretamente o café, as bananas e "outras frutas, coisas assim", indicando que os anúncios, embora não detalhados, reduzirão os preços "muito rapidamente".
O presidente Donald Trump já havia sugerido a mudança em uma entrevista anterior, afirmando que reduziria "algumas tarifas aduaneiras" para "fazer com que entre algum café".
Segundo um relatório do Departamento da Agricultura, 85% das importações de bananas em 2024 vieram da Guatemala, Equador, Costa Rica e Honduras. Nos últimos meses, todos esses países enfrentaram uma tarifa adicional de 10% ou 15%, como parte da nova política comercial dos Estados Unidos. Bessent também projetou que os americanos começarão a sentir uma melhora na acessibilidade financeira no primeiro semestre de 2026, com os salários crescendo acima da inflação.
Fonte: Correio do Povo